segunda-feira, 7 de maio de 2012

Divórcio e Filhos


A separação de um casal pode se transformar em uma odisséia, ou pode ser simplesmente um período de mudanças em que cada membro da família, adulto ou criança, tem a oportunidade de recomeçar a vida. Mas é uma empreitada de risco, uma travessia, que precisa ser bem acompanhada para não deixar seqüelas. Aqui vão algumas informações que podem ajudar na passagem para uma nova vida, quando é preciso começar de novo.

Enfim, sós:
Quando um casal decide separar-se, surge uma fase de turbulência durante o período de negociação que os pares travam para decidirem como será a nova vida de cada um deles. Mesmo que o casal tenha decidido romper o vínculo de comum acordo, esta fase significa muito mais que uma simples separação. É a fase em que as vidas de ambos saem do equilíbrio anterior (bom ou ruim), como toda fase de mudança, onde tudo está fora de lugar.

Esse equilíbrio, que é buscado pelo ser humano, é chamado pelo Dr. Haim Grunspun, professor da Puc-SP, mediador, citado na Revista Catharsis, de psicologia, de homeostase, emprestando o termo da biologia. A homeostase familiar é o período em que existe uma harmonia, uma rotina, onde tudo é conhecido e mais ou menos previsível. A ruptura da homeostase familiar significa uma crise, lembra Dr. Grunspun, que pode ser superada ou, ao contrário, pode ser mantida causando sofrimentos a ambos os parceiros. Em geral, a separação é o resultado de uma seqüência de pequenas crises de desequilíbrio entre o casal. Como um vulcão, que dá vários sinais e por fim erupciona, desorganizando todo ambiente à sua volta.

Se esta fase é superada com êxito, mesmo que um dos parceiros (ou ambos) no íntimo não desejassem separar-se, ainda assim a nova vida significa uma nova rotina, uma fase diferente de um novo equilíbrio. É quando, pela segunda vez, cada um diz ‘Enfim, sós’. Mas agora, eles estão sós consigo mesmos, e não os dois (marido e mulher) sós em relação ao mundo, quando se uniram pela primeira vez.

Esse ‘enfim sós’, porém, muda bastante de figura quando o casal tem filhos. Existem questões delicadas a serem revistas, tanto do lado dos adultos quanto do lado das crianças. Além das questões resolvidas no âmbito jurídico, existem as questões emocionais. Cuidar para que, dessa batalha onde não existem vencedores nem vencidos, todos saiam sem ferimentos e seqüelas, é tarefa de um novo profissional que surge modernamente, que é o mediador familiar.

Como ficam os filhos:
Um juiz, solicitado pelas partes em litígio (divergindo entre si), vai determinar as questões consideradas mais práticas, ou seja, com quem ficam os filhos, horários de visita, pensão alimentícia. Por lei, os pais devem prover alimentos aos filhos até a maioridade, oferecer-lhes educação, saúde e lazer. Tudo, ou quase tudo, está previsto em lei. O que não está previsto é como ficam os filhos emocionalmente, pois diante da separação tudo é novo, desconhecido, imprevisto e muitas vezes assustador para o adulto e para a criança.

O Dr. Louis V. Nightingale, terapeuta familiar, escreveu um livro interativo (My Parents Sill Love Me Eventhough They´re Getting Divorced, EUA) para ajudar crianças a superarem a separação dos pais, onde ele lembra a estas que:

- O divórcio não é culpa dele (do filho).
- É normal pensar e sentir algo a respeito.
- O que o filho pensa e sente tem importância.
- É natural que os pais chorem.
- Os filhos vão ser cuidados, mesmo os pais não estando juntos.
- Outras crianças experimentaram a mesma situação e tudo acabou bem.
- Há pessoas com quem eles podem conversar.
- Há coisas que as crianças podem fazer para se sentirem melhor e também os pais.
- Eles continuam a ser amados depois do divórcio dos pais.
Estudando o universo mental das crianças, o Dr. Nightingale diz o que elas pensam: não gostam da idéia de irem para outra casa, ficam r>
incomodados com as brigas dos pais, ou quando se lembram que eles poderiam estar juntos, sentem falta do cão de estimação e das coisas que tiveram de abrir mão na mudança, e ficam em dúvida se não foram eles próprios os ‘culpados’ pela separação dos pais.

Pensando nisso, algumas associações começaram a surgir com o objetivo de assegurar às crianças e aos pais a continuidade do contato entre si depois de separados, e que esse contato tenha mais qualidade na relação pai-filho, como a Associação Pais Para Sempre - APPS, em Portugal. Segundo a APPS, todas as crianças têm direito a manter contato direto e permanente com os pais e com a família de cada um deles.

O papel do juiz é fundamental, pois de sua decisão depende a nova estruturação de vida dos pais e das crianças. Mas para que a sua decisão seja benéfica e justa para todos, é muito importante fornecer ao juiz os dados claros e precisos das necessidades e da disponibilidade de cada um dos pais, bem como das necessidades dos filhos, que devem ser levadas em conta. Questões como a guarda dos filhos, a pensão e outras também podem ser revistas mais adiante, caso o arranjo acabe se mostrando incompatível para um dos cônjuges (visitas de pais que moram em outra cidade, por exemplo, ou perda do emprego, ou outras questões de vida pessoal).

Mas as questões emocionais, que são, na verdade, o leit motif (o pano de fundo) de uma separação, não devem ser negligenciadas, ainda mais quando elas podem marcar os filhos em plena fase de desenvolvimento físico e psicológico. Essas questões devem ser acompanhadas de perto, para evitar que as crianças fiquem marcadas ou sejam discriminadas, e também para minimizar as feridas internas naturais de uma mudança brusca da separação.

Evitando estigmas:
Na pressa em se retomar o modelo tradicional de família (composto por homem, mulher e filhos), que vem aos poucos se modificando e que ainda atende economicamente a uma boa parte da sociedade, inclusive a algumas religiões (casais contribuem mais com as igrejas do que pessoas isoladamente), articulistas como Chuck Durham, ainda que bem intencionados, dão declarações que podem marcar profundamente crianças e adolescentes criados apenas pelo pai ou pela mãe. Sem identificar quais são as estatísticas em que se baseia, Chuck diz: "As estatísticas revelam que 70% dos jovens em reformatórios do governo vêm de lares sem os dois pais presentes". E continua: "Crianças numa família com uma mulher como a cabeça têm duas vezes mais probabilidade de receber serviços de saúde mental do que crianças em famílias com ambos os pais presentes. Meninas em famílias de um só pai estão em maior risco de sexualidade e casamento precoces, gravidez fora do casamento e divórcio do que as meninas de famílias com dois pais".

No entanto, estas são afirmações passíveis de grave erro. Desde a Antiguidade, são incontáveis as narrativas de crianças que eram entregues para serem criadas por terceiros, ainda bebês.

O pesquisador Jack Goody (Família e Casamento na Europa, tradução de Ana Barradas, Oeiras, Celta), por exemplo, aponta em seus estudos a existência disseminada de crianças que cresceram com suas amas de leite, ou que forem entregues a parentes (havia entrega recíproca entre parentes) para que aprendessem um ofício, quando não, entre os celtas, eram deixadas com estranhos. Os meninos e meninas nobres e nascidos livres, diz ele, eram enviados para fora de suas casas para serem criados em outro lugar até a adolescência. Faziam-se pagamentos ao pai adotivo, e não ao pai biológico, o que desvalorizava, diz Goody, e por vezes diluía a paternidade em favor de terceiros. Outras crianças, filhos de escravos, eram sumariamente separadas dos pais – e a História mostra que nem sempre predominou o modelo homem-mulher-filhos como base da sociedade, como é hoje considerada a família.

No entanto, não se têm notícias de que a maioria dessas crianças afastada dos pais tivesse forçosamente um único destino, o de se entregarem aos vícios, ou de fracassarem na escola, ou de precisarem de assistência mental ou psicológica.

Afirmar, portanto, que a separação pura e simples gera filhos com problemas é colocar de imediato, nos filhos de pais separados, o rótulo de filhos-problema, quando eles nem sequer ainda cresceram ou demonstraram quais serão suas tendências pessoais.

Os filhos de pais separados hoje são em número praticamente equiparado aos filhos de pais que vivem juntos e o rendimento escolar, o comportamento e as emoções são difíceis de distinguir entre os dois grupos.

O que desestabiliza emocionalmente os filhos, por ocasião de um divórcio dos pais, não é a separação em si, mas como ela é administrada e muito do humor dos filhos dependerá, daí por diante, do humor, da atenção e das condições do pai ou da mãe que tiver ficado com sua guarda.

Depois de ultrapassado o período de mudanças, é perfeitamente possível que a nova vida da criança seja normal e saudável, no que vai depender muito da expectativa dos adultos, não compensando a criança a todo o momento pela perda da vida anterior (com ambos os pais), impondo limites e oferecendo segurança como é feito a toda criança ‘normal’. E para auxiliar na fase de mudanças e acertos durante o processo do divórcio, o mediador pode ter um papel fundamental, atenuando conflitos e ajudando os pais a tomarem decisões.

O papel do mediador:
A ABN - Formação e Consultoria Multidisciplinar, consultoria especializada em mediação de divórcios, define mediação como "Um método pelo qual uma terceira pessoa, neutra, especialmente formada, colabora com as pessoas que se encontram em situação de mudança ou mesmo de impasse, a fim de que restabeleçam a comunicação, podendo chegar a um acordo que as beneficie".

Segundo Dr. Grunspun, o mediador familiar é um profissional que auxilia casais em crise, agindo preventivamente, ou casais durante ou após uma separação, os quais buscam novas formas de família. Esta é uma profissão nova no Brasil, embora exista há tempos nos países mais avançados, onde o juiz, às vezes inclusive a pedido do casal, sugere um mediador para acompanhar o processo do divórcio. Não é o mesmo papel do advogado (embora este possa também se tornar um mediador, como um psicólogo ou outro profissional), pois o advogado cuida dos trâmites legais do divórcio, e não das questões pessoais e emocionais. Também não é o mesmo papel de um conciliador, diz Dr. Grunspun, pois na conciliação está implícito que o motivo das reuniões é para se chegar a um acordo em que o casal volte a viver junto.

O mediador não interfere no desejo do casal em separar-se, simplesmente acompanha as negociações entre os parceiros de modo a haver o mínimo de desgaste emocional possível.

O papel profissional do mediador já está previsto no Projeto de Lei 4827, de 1998, da deputada federal Zulaiê Cobra Ribeiro.

De acordo com Dr. Grunspun, o ganho para os filhos, quando o divórcio é conduzido sem maiores conflitos, é muito maior porque a mediação se dá visando principalmente o bem dos filhos e neste sentido ela é conduzida.

Assim, pais em divórcio amigável ou litigioso devem perguntar ao seu advogado, em sua comunidade ou mesmo no Fórum se ali já existe a figura do mediador, que muitas vezes trabalha como voluntário (nos países avançados, onde a aposentadoria é real, isto é muito comum).

Conclui-se que a separação em si não significa um mal ou um bem, mas o clima com que se conduz uma separação é fundamental para tudo o que vier depois. Mesmo que todos os membros da família tenham que abrir mão de suas rotinas anteriores, de algum pertence, de uma casa, existe ainda uma vida pela frente e tudo pode ser reconstruído, desta vez com mais qualidade. Isso também ajuda nas visitas do pai que não detém a guarda dos filhos e na aceitação do resto da família, que em geral fica emocionalmente sobrecarregada com o conflito dos filhos e dos netos, mas que pode ser aliviada deste fardo se a separação for bem conduzida.

Fonte:  http://www.psicologiapravoce.com.br

PARCERIA SEMPRE!
Cristina Constâncio

domingo, 6 de maio de 2012

Sexting (sex + texting)



Sexting

O Sexting é uma palavra originada da união de duas palavras em inglês: sex (sexo) + texting (envio de mensagens). O Sexting descreve um fenômeno recente no qual adolescentes e jovens usam seus celulares, câmeras fotográficas, contas de email, salas de bate-papo, comunicadores instantâneos e sites de relacionamento para produzir e enviar fotos sensuais de seu corpo (nu ou seminu). Envolve também mensagens de texto eróticas (no celular ou Internet) com convites e insinuações sexuais para namorado(a), pretendentes e/ou amigos(as).

Cuidado
  • Infelizmente não são apenas nossos amigos que podem ter acesso ao que divulgamos online;
  • Atuais e futuros colegas de escola e de trabalho, parentes, inimigos, estranhos e até criminosos podem ver, copiar e manipular o que você divulga na Internet para, no futuro, usar isso contra você;
  • Uma vez online, perdemos completamente o controle da foto ou texto que publicamos;
  • Podem parecer brincadeiras inocentes, mas este tipo de mensagem sensual coloca nossa privacidade em risco;
  • Estas fotos podem dizer muito sobre sua vida para pessoas que você nem gostaria de conhecer;
Dicas para manter-se seguro
  • Jamais se deixe levar por pressões para produzir ou publicar imagens sensuais;
  • Tudo o que fazemos online tem conseqüências também fora da Internet. Pense muito bem antes de publicar;
  • Quando tiver dúvidas em relação aos comportamentos sexuais, procure conversar com seus pais e amigos(as) de confiança antes de se expor pela Internet;
  • Não há nada de errado em falar e discutir sobre sexualidade. O erro é não se proteger e não se informar sobre como manter relações saudáveis dentro e fora do ciberespaço;
  • Proteja seus direitos sexuais e não facilite agressões;
  • Pais: dialoguem com seus filhos para conhecer o que fazem online e orientá-los. Os valores e limites de sua família precisam ser discutidos também em relação aos comportamentos online. Converse com seus filhos sobre as noções de privacidade e de comportamento de risco para construir limites como proteção e não como proibição;
  • Pais e educadores: Saiba que você não precisa ser expert em tecnologia, basta transpor a cidadania também para este novo ciber-espaço público;

Fonte: www.safernet.org.br

Cristina Constâncio
 

Perigos na rede - Ciberbullying

 Ciberbullying

Você ou algum conhecido seu recebe constantemente mensagens no celular, e-mails, recados no blog ou no site de relacionamento com xingamentos, ofensas e humilhações? Isto é um caso de Ciberbullying, uma violência grave que não pode ser encarada como apenas uma brincadeirinha entre colegas. Se já foi vítima, saiba que você não tem culpa. Isso é ação de alguém mal educado e mal intencionado que deve ser responsabilizado.

Cuidado
  • Agressão anonima;
  • Pode se prolongar por anos;
  • Não envie nem repasse mensagens que agridam outras pessoas. Ao repassá-las, você também está agredindo;
  • Você gostaria que fizessem com você?
  • Nem todo mundo consegue superar o trauma de uma violência como esta que deixa marcas para sempre.
Dicas para manter-se seguro
  • Conte a algum adulto de confiança;
  • Não responda e grave todas as mensagens e/ou imagens;
  • Bloqueie o contato dos agressores no celular, chat, e-mail e redes de relacionamento;
  • Mais dicas e orientações em www.safernet.org.br
  • Seja sempre educado no que fizer pela Internet, cuidado com o que escreve e com as imagens que divulga;
  • Se algum conhecido está sendo vítima, encoraje-o a denunciar e ajude-o;
  • Muitos jovens já foram obrigados a pagar multas por terem ofendido colegas ou professores na Internet;
  • O futuro da Internet depende do que fazemos com ela hoje. Ao usar a Internet para agredir e humilhar alguém, estimulamos novas leis de controle e proibição;
  • Para manter a Internet livre e aberta amanhã, precisamos usá-la com respeito e ética hoje. 
Fonte:  www.safernet.org.br 

Cristina Constâncio
Psicologa 
 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Um alerta: Adolescência ainda negligenciada.

Precisamos investir mais em políticas públicas e programas voltados ao trabalho com adolescentes, eles com certeza podem transformar suas proprias vidas, seus caminhos e sua comunidade.
Adolescentes têm visão inovadora, criativa e energia para tais transformações.
Mas ainda há um árduo trabalho, em alguns países a situação ainda é bem precária, vemos que na África a situação é a mais critica, mas sabemos que em quase todos os países, inclusive os da América Latina temos grandes problemas de falta de incentivos a esta faixa etária.

 Milhões de adolescentes estão ficando para trás, especialmente na África. 

Nova Iorque, 24 de abril – Nos últimos 20 anos, adolescentes foram beneficiados pelo progresso na educação e na saúde pública. No entanto, as necessidades de muitos adolescentes são negligenciadas, com mais de um milhão perdendo a vida a cada ano e dezenas de milhões sem acesso à educação, afirma relatório do UNICEF lançado hoje.
O documento identifica, por exemplo, a África ao sul do Saara como o lugar mais difícil para um adolescente viver. A população adolescente dessa região ainda está crescendo, estimando-se que terá o maior número de adolescentes do mundo até 2050. Mas apenas metade das crianças na África ao sul do Saara completa a escola primária e o desemprego entre os jovens é alto.
A publicação Progresso para as Crianças: Um relatório sobre adolescentes (Progress for Children: A report card on adolescents) destaca outras consequências alarmantes sobre o fato de os benefícios do progresso não estarem sendo divididos igualmente entre os 1,2 bilhão de adolescentes – meninos e meninas de 10 a 19 anos* – que vivem hoje em todo o mundo.
"Pobreza, status social, gênero ou deficiência impedem que milhões de adolescentes realizem os seus direitos a cuidados de saúde, educação de qualidade, proteção e participação", disse a Diretora Executiva Adjunta do UNICEF Geeta Rao Gupta. "Este relatório abrangente fortalece a nossa compreensão dos problemas enfrentados pelos adolescentes mais pobres e desfavorecidos. É hora de atender às suas necessidades; eles não devem ser deixados para trás".
O relatório aponta para uma significativa necessidade de reforçar o investimento em todos os aspectos da vida e do bem-estar dos adolescentes – mesmo em sua luta pela sobrevivência. A cada ano 1,4 milhão de adolescentes morrem por causa de acidentes de trânsito, complicações no parto, suicídio, aids, violência e outras causas. Em alguns países latino-americanos, mais meninos adolescentes morrem em decorrência de homicídio do que de acidentes de trânsito ou suicídio. Na África, complicações na gravidez e no parto são a principal causa de morte de meninas com idade entre 15 a 19 anos.
Crianças entrando na adolescência sofrem cada vez mais risco de violência - uma mudança em relação à primeira infância, quando doenças e desnutrição são as principais ameaças. As adolescentes são particularmente vulneráveis à violência no casamento. Em uma pesquisa na República Democrática do Congo, 70% das meninas entre 15 e 19 que tinham sido casadas disseram que sofreram violência nas mãos de um atual ou antigo parceiro ou cônjuge.
Adolescentes, especialmente meninas, são muitas vezes obrigados a abandonar a infância e assumir papéis de adultos antes de estar prontos, limitando as suas oportunidades de aprender e crescer, e colocando sua saúde e segurança em risco. O relatório diz que, nos países em desenvolvimento – excluindo a China –, mais de um terço das mulheres entre 20 e 24 anos já havia se casado ou vivia em união aos 18 anos, com cerca de um terço destas tendo casado até os 15 anos de idade.
Taxas de natalidade entre adolescentes são relativamente altas na América Latina, Caribe e África ao sul do Saara, afirma o relatório. No Níger, metade das mulheres jovens entre 20 e 24 deu à luz antes dos 18 anos.
Globalmente, 90% das crianças em idade escolar estão matriculadas em escolas primárias e sistemas de ensino secundário têm-se expandido em muitos países. No entanto, as matrículas na escola secundária continuam a ser baixas no mundo em desenvolvimento, especialmente na África e na Ásia. Muitos alunos em idade escolar secundária estão em escolas primárias. A África ao sul do Saara tem os piores indicadores de ensino secundário do mundo.
Cerca de 71 milhões de meninos e meninas que deveriam estar nos anos iniciais do ensino secundário em todo o mundo não estão na escola e 127 milhões de jovens entre 15 e 24 anos são analfabetos – a grande maioria no Sul da Ásia e na África ao sul do Saara.
O relatório afirma que esforços significativos na defesa de direitos, programas e políticas são necessários para concretizar os direitos de todos os adolescentes. A adolescência é uma fase crítica da vida em que o investimento correto pode quebrar o ciclo da pobreza e resultar em benefícios sociais, econômicos e políticos para adolescentes, comunidades e nações.
Mas o relatório também aponta que os adolescentes devem ser reconhecidos como verdadeiros agentes de mudança em suas comunidades. Programas e políticas, enquanto protegem os adolescentes como pessoas em desenvolvimento, devem reconhecer a sua capacidade de inovação, criatividade e energia para resolver os seus próprios problemas.
O relatório está disponível somente em inglês: Progress for Children: A report card on adolescents
Fonte: Unicef Brasil - 24/04/2012

Cristina Constâncio
 
 
DROGAS - Conversas com Deus para adolescentes de Neale Donald Walsch

PORQUE É QUE FICAM TODOS TÃO ASSUSTADOS POR EU EXPERIMENTAR DROGAS DE VEZ EM QUANDO?....Valéri,17 Paris - França

Ao iniciar este tema, clarifiquemos as nossas definições. Droga é droga. Não interessa se é "legal" ou "ilegal". Há drogas a que algumas pessoas chamam medicinais e outras a que chamam recreativas. O abuso de qualquer uma delas pode causar graves problemas. Tal como o abuso do álcool, que é um tipo diferente de droga.
A resposta à tua pergunta é que experimentar drogas "de vez em quando" é quase impossível para a maioria dos seres humanos.
A droga é poderosa, Valérie, e pode tomar conta da tua vida antes que te apercebas disso. O problema é esse.
A maior parte das pessoas jura — jura a pés juntos — que consegue controlar o uso de droga. Ficam aborrecidas quando os outros dizem atenção, toma cuidado, não te metas nisso, porque acham que são maiores do que a droga, superiores a ela, mais capazes do que os outros para lidarem com ela.
Acontece o mesmo com muitos condutores. Uma estranha temeridade apodera-se deles quando estão por detrás do volante. São melhores a negociar as curvas do que aquele que foi antes deles e não conseguiu. Encostar o pedal ao chão. É a única coisa em que pensam. Não me vai acontecer nada.
Este ponto de vista também é frequente entre pessoas que bebem. O sentimento é que se "aguenta", ainda que as estatísticas mostrem que os outros geralmente se "despenham" ao seguir por essa estrada. As estatísticas não interessam. Os factos tornam-se irrelevantes. O que interessa é a emoção da experiência.
Junta a condução imprudente à droga ou ao álcool, e tens um problema letal.

MAS EU TENHO AMIGOS QUE USAM DROGAS ,E ELES ACHAM QUE ESTÃO A LIDAR BEM COM ESSA SITUAÇÃO,SEM QUAISQUER PROBLEMAS

O problema da droga é que distorce o pensamento. Pensas que consegues controlar-te; pensas que estás a controlar-te, mas é ela que te controla. Desde a primeira vez que a usas. E astuciosa.
Deixa-me contar-te a história da lagosta e da água.
Certa vez, um chefe de cozinha de um restaurante pôs uma lagosta numa panela, e esta nem sequer tentou sair. Sabes porquê? Porque a água estava fria. A lagosta teria tentado saltar para fora da panela se a água estivesse quente, mas não estava.
Só quando a lagosta já estava dentro da panela é que o chefe acendeu o lume. E, mesmo assim, deixou-o no mínimo. A água demorou muito tempo a ferver. Quando ficou suficientemente quente para cozer a lagosta, esta nem sequer se apercebeu disso.
Se alguém tivesse perguntado à lagosta, nos primeiros minutos: "Porque não tentas sair daí para fora? Não vês a situação em que estás metida?", ela teria respondido: "Não sejas tonto. Só estou a nadar um bocadinho dentro de água."

ENTÃO ACHAS QUE OS MEUS AMIGOS ESTÃO NUMA SITUAÇÃO PIOR DO QUE JULGAM.

Digamos apenas que estão em água quente.
Vou repetir. A droga começa a controlar-te desde a primeira vez que a usas. Tu não achas isso, mas ela controla-te. O facto de não achares isso é a forma como ela o faz.
A droga impede-te de pensar como pensas normalmente. Toma o suficiente, e impede-te de pensar, de todo.
"Oh, eu sei quando parar" são as famosas últimas palavras de milhares de pessoas cujas vidas foram arruinadas pela droga. E o mesmo se pode dizer do álcool.

TALVEZ SEJA MESMO PERIGOSO USAR ESSA CENA...

Não há nenhum "talvez" quanto a isto.

... MAS AS PESSOAS QUE CONHEÇO QUE A USAM SÓ ESTÃO A TENTAR FICAR "MUITO BEM"

O que é engraçado é que as pessoas consomem drogas, ou bebem álcool, para "ficarem muito bem" e, geralmente, acabam "muito mal". Na verdade, tão mal quanto se pode ficar.
E o que é triste é que podem "ficar bem" sem fazer nada disso.

SIM.SIM.JÁ SEI."FICA BEM COM A VIDA"

Sim!

MAS ISSO PARECE TÃO...NÃO SEI BEM...PALERMA.

A maior parte do mundo tornou o que é sensacional, palerma, e o que é palerma, sensacional. Neste caso, a maior parte do mundo pensa ao contrário.
Se é de uma sensação especial que estás à procura, não há nada mais sensacional do que a vida. A vida tal como é, e não a vida tal como é percebida através da névoa obscura de uma mente drogada, e de um corpo esgotado, e de um coração desesperado, e de uma alma sombria.
Estou a falar da vida tal como é percebida através de uma mente esclarecida e de um corpo enérgico e de um coração sincero e de uma alma elevada.
Estou a falar da felicidade pura, felicidade real, não da felicidade falsificada por estimulantes artificiais. Estou a falar de "ser", "fazer" e "ter" a um nível muito elevado.
Ser, Fazer e Ter são os três níveis da experiência humana. Toda a experiência nasce do Ser. O que estás a Ser determina o que estás a Fazer, e o que estás a Fazer determina o que estás a Ter. Talvez nunca tenhas pensado nisto, mas é tal e qual assim que funciona.
Viver feliz é ser, fazer e ter algo que faz com que a tua alma dance e o teu coração cante e a tua mente floresça.

COMO POSSO SENTIR-ME ASSIM?ESTÁS A DIZER QUE POSSO SENTIR-ME ASSIM?

Todo este livro está a dizer-te isso. É exactamente isso que está a dizer-te. Onde quer que o abras, aquilo que encontrarás são indicações e pistas e instrumentos que podes usar para ser, fazer e ter aquilo que escolheres.
A droga não te dará isso. A droga não é um instrumento. A droga destrói os instrumentos.
http://paroquiasantanaliv.sites.uol.com.br/PPS.html

Cristina Constâncio

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Calendário de Vacinas em Adolescentes

Nota: Mantida a nomenclatura do Programa Nacional de Imunização e inserida a nomenclatura segundo a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 61 de 25 de agosto de 2008 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

Orientações importantes para a vacinação do adolescente

(1)  vacina hepatite B (recombinante): Administrar em adolescentes não vacinados ou sem comprovante de vacinação anterior, seguindo o esquema de três doses (0, 1 e 6) com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose. Aqueles com esquema incompleto, completar o esquema. A vacina é indicada para gestantes não vacinadas e que apresentem sorologia negativa para o vírus da hepatite B a após o primeiro trimestre de gestação.

(2)
  vacina adsorvida difteria e tétano - dT (Dupla tipo adulto):
Adolescente sem vacinação anteriormente ou sem comprovação de três doses da vacina, seguir o esquema de três doses. O intervalo entre as doses é de 60 dias e no mínimo de 30 (trinta) dias. Os vacinados anteriormente com 3 (três) doses das vacinas DTP, DT ou dT, administrar reforço, a cada dez anos após a data da última dose.  Em caso de gravidez e ferimentos graves antecipar a dose de reforço sendo a última dose administrada há mais de 5 (cinco) anos. A mesma deve ser administrada pelo menos 20 dias antes da data provável do parto. Diante de um caso suspeito de difteria, avaliar a situação vacinal dos comunicantes. Para os não vacinados, iniciar esquema de três doses. Nos comunicantes com esquema de vacinação incompleto, este dever completado. Nos comunicantes vacinados que receberam a última dose há mais de 5 (cinco) anos, deve-se antecipar o reforço.

(3)  vacina febre amarela (atenuada): Indicada 1 (uma) dose  aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para informações sobre os municípios destes estados, buscar as Unidades de Saúde dos mesmos. No momento da vacinação considerar a situação epidemiológica da doença. Para os viajantes que se deslocarem para os países em situação epidemiológica de risco, buscar informações sobre administração da vacina nas embaixadas dos respectivos países a que se destinam ou na Secretaria de Vigilância em Saúde do Estado.  Administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem. Administrar dose de reforço, a cada dez anos após a data da última dose.
Precaução: A vacina é contra indicada para gestante e mulheres que estejam amamentando. Nestes casos buscar orientação médica do risco epidemiológico e da indicação da vacina. 

(4)  vacina sarampo, caxumba e rubéola – SCR: considerar vacinado o adolescente que comprovar o esquema de duas doses. Em caso de apresentar comprovação de apenas uma dose, administrar a segunda dose. O intervalo entre as doses é de 30 dias.

http://portal.saude.gov.br

PARCERIA SEMPRE

Cristina Constâncio

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Adolescentes têm fácil acesso ao cigarro no Brasil




Adolescentes têm fácil acesso ao cigarro no Brasil, diz estudo

Cerca de metade dos adolescentes entre 13 e 15 anos ouvidos na pesquisa já conseguiu comprar cigarros sem obstáculos

Relatório também aponta que quanto maior é a escolaridade, menor é a chance de começar a fumar na adolescência

São Paulo – No Dia Nacional de Combate ao Fumo, um relatório revela que os adolescentes brasileiros têm tido acesso fácil ao cigarro. Segundo a publicação “A situação do tabagismo no Brasil”, do Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva (INCA), entre jovens de 13 a 15 anos, o percentual das meninas que já compraram cigarro foi de 52,6% e, entre os meninos, o número foi de 48,1%.
O estudo, divulgado hoje, é uma compilação de resultados de pesquisas de 2002 a 2009, do Sistema Internacional de Vigilância do Tabagismo da Organização Mundial da Saúde. O documento revela que 77,9% dos fumantes começaram o hábito antes dos 20 anos e, apesar da existência da Lei Federal (n.º 8.069/1990 ), que proíbe a venda do produto para menores de idade, a maioria dos adolescentes participantes do levantamento nunca teve problemas para comprar cigarro.
A cidade onde a situação se mostrou mais grave foi Maceió, em que 96,77% dos jovens de 13 a 15 anos afirmaram nunca terem sido impedidos de fazer a compra. Em seguida, está Fortaleza, com 89,9% e, depois, Salvador, com 88,9%. O estudo também indica que a maioria deles costuma comprar o cigarro “picado”, em vez de maço, e geralmente adquire o produto em estabelecimentos legalizados, como padarias, bancas de jornal e bares.
Escolaridade e gênero
Outra conclusão apontada pelo relatório é que, quanto menor é a escolaridade, mais cedo a pessoa começa a fumar. Mais de 40% das pessoas que têm menos de um ano de escolaridade iniciaram o vício antes de 15 anos de idade. Já entre os jovens que tiveram de oito a dez anos de estudo, o número cai para 18%, e entre os que possuem mais de 11 anos de escolaridade, o percentual é de 12,9%. 

As meninas também estão sendo mais rápidas do que os meninos na hora de começar o vício. Em Porto Alegre (2002), por exemplo, 52,6% das adolescentes fumaram ao menos uma vez entre os 13 e 15 anos, contra 38% deles. Dados de 2005 de Curitiba mostram que 46,9% das meninas e 35,7% dos meninos já experimentaram cigarro. Em São Paulo (2009), 38% delas e 29,7% deles já fumaram nessa faixa etária.
Imagem: Google Imagens