quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CIBERBULLYING

Virtual ou Ciberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: celulares, filmadoras, internet etc.)

O CIBERBULLYING É PIOR DO QUE O BULLYING TRADICIONAL?


Uma das formas mais agressivas de bullying, que ganha cada vez mais espaços sem fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem por meio de ferramentas tecnológicas como celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos).
Além de a propagação das difamações ser praticamente instantânea o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável.
O ciberbullying extrapola, em muito, os muros das escolas e expõe a vítima ao escárnio público.
Os praticantes desse modo de perversidade também se valem do anonimato e, sem nenhum constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil possível.
Traumas e conseqüências advindos do bullying virtual são dramáticos.

Fonte: Cartilha 2010 - Projeto Justiça na Escola - 1ª Edição - Autora Ana Beatriz Barbosa Silva - Psiquiatra.

Web: http://www.cnj.jus.br/

PARCERIA SEMPRE

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bullying


Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Fonte: Orson Camargo Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

PARCERIA SEMPRE

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

AUSÊNCIA

PESSOAL ESTAREI VIAJANDO, RETORNO DIA 25 - 2ª FEIRA.
BJS A TODOS.
TENHAM UM EXCELENTE FIM DE SEMANA.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os Meios de Comunicação de Massa e a Concepção de Adolescente

A partir dessa concepção de adolescência, entendida como uma construção histórica e não como uma fase natural do desenvolvimento, e considerando os meios de comunicação de massa como um determinante importante na construção de vários significados sociais, não podemos ignorar a participação da mídia nessa construção da concepção de adolescência nos próprios jovens imersos nesse caldo de informações transmitidos pela mídia. Isto é, um modelo de adolescente está sendo passado pelos meios de comunicação que permite ao adolescente a constituição de uma identidade própria, bem como contribui para um posicionamento dos pais na mesma direção. Se não veiculam uma definição única, fornecem ao menos uma contribuição para a manutenção de algumas noções do que seja o adolescente. Os meios de comunicação, portanto, desempenham um papel importante na veiculação dessas concepções, já que há um compartilhar pelos adolescentes dessas informações.
Apesar de não haver um consenso na literatura e respeito do papel social dos meios de comunicação, há uma tendência geral de reconhecer que eles devem ser considerados.
Intencionalmente ou não, as informações veiculadas afetam em algum grau a visão de mundo, e de si mesmo, que o jovem constrói.
Gostaria de destacar que o fato de a mídia influenciar a audiência ou seus consumidores não significa que o adolescente esteja passivo diante dessa situação, apenas absorvendo o conteúdo transmitido. Entretanto, não podemos negar que a possibilidade de uma leitura critica e de uma transformação do conteúdo recebido não são muito facilitadas, considerando a massificação de informações transmitidas por ela.

Fonte: Adolescência & Psicologia - Ministério da Saúde
Imagem: Google Imagens

PARCERIA SEMPRE

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Gravidez na Adolescencia e algumas de suas consequências

Os seres humanos dão ao ato sexual outros significados além da reprodução, e cada um tem o direito de escolher o sentido que deseja para sua sexualidade. Para assegurar a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, os serviços devem oferecer uma ampla gama de métodos contraceptivos e informações adequadas sobre eles. Com a quantidade de métodos disponíveis. Informações claras, escolha livre e informada e espaço para a construção da identidade sexual, diminuem as chances para que a gravidez indesejada ocorra como subproduto do prazer e do amor.
As conseqüências psicossociais, culturais e econômicas são maiores que as biológicas ao se considerar uma gravidez na adolescência. A atitude dos adultos e da sociedade frente à gravidez, os valores e recursos internos do garoto e garota, a condição social e educacional e, principalmente, o apoio familiar e/ou profissional serão o diferencial para a qualidade da vivencia da gestação. Os maiores conflitos ocorrem no primeiro trimestre, quando da descoberta da gestação. É nesse momento que a garota vivencia situações de grande ansiedade que envolvem o conflito entre manter ou não a gestação, o receio da reação do pai da criança e dos familiares, o medo do abandono e a vulnerabilidade ao desenvolvimento de doenças de fundo emocional (principalmente depressão e sentimento de solidão). É grande a incidência de abandono real do parceiro (às vezes, também adolescente) e da ocultação da gestação por insegurança e temor, gerando falta de cuidados pré-natais regulares e fracasso e abandono escolar. A s tentativas mal sucedidas de abortos clandestinos elevam a taxa de ocupação dos leitos das maternidades e favorecem o aumento da mortalidade e de doenças materno-infantis. Algumas ações psicológicas podem fortalcer as redes de apoio na comunidade. No acompanhamento às jovens gestantes, deve-se buscar a inclusão do pai na assistência prestada, favorecer a vivência da paternidade/maternidade e promover discussões de gênero nos contextos público e privado. Muitas vezes, a intervenção do psicólogo pode facilitar o processo de comunicação entre jovens casais, favorecendo-os a aumentar a capacidade de compartilhar sentimentos. A comunicação profunda é útil para o desenvolvimento de uma relação autêntica e essencial para a integridade e a saúde.

Fonte: Adolescência & Saúde – Ministério da Saúde

PARCERIA SEMPRE

domingo, 17 de outubro de 2010

Métodos Anticoncepcionais

Todos os métodos reversíveis (comportamentais, de barreira, hormonais ou intra-uterinos) podem, com maior ou menor restrição, ser utilizados na adolescência. Entretanto, apenas os preservativos masculinos ou femininos protegem também das DST/HIV/AIDS. Como, em geral, os jovens não tem uma vida sexual regular, existe ainda a vantagem do preservativo ser usado apenas no momento do ato sexual.
Os métodos comportamentais – tabelinha, muco cervical e de temperatura – exigem abstinência sexual no período fértil. Esses métodos são pouco eficazes para a grande maioria dos adolescentes por causa da dificuldade em seguir suas regras. Muitas vezes, as relações sexuais ocorrem sem planejamento prévio, podendo coincidir com o período que deveria ser de abstinência implicando a quebra do uso do método. Embora a tabelinha ainda hoje seja o método mais citado pelos adolescentes, os métodos de barreira devem ser estimulados.
Os métodos hormonais ou intra-uterinos exigem prescrição e acompanhamento médico.
A anticoncepção de emergência está incorporada à lista de anticoncepcionais reconhecida e distribuída pelo Ministério da Saúde aos serviços de palnejamento familiar. É a contracepção realizada imediatamente após ocorrer uma relação sexual sem proteção para a gravidez. Para que tenha efeito, deve ser utilizada até 72 horas após a relação desprotegida, sendo mais eficaz nas primeiras 24 horas. Só deve ser usada em casos excepcionais.
Se uma jovem necessitou usar anticoncepção de emergência, é um bom indicio de que precisa ser reorientada para senti-se segura no uso de meios de prevenção e proteção da sua saúde sexual e reprodutiva.
Os métodos com contra indicação absoluta na adolescência são os irreversíveis.

Fonte: Adolescência & Psicologia – Concepções, praticas e reflexões criticas – Ministério da Saúde

PARCERIA SEMPRE

sábado, 16 de outubro de 2010

Anticoncepção na Adolescência

Quando um jovem chega a pensar na anticoncepção, é porque já assumiu internamente que as atividades sexuais fazem parte da sua vida. É comum, no início da vida sexual, a dificuldade em assumir as atividades como naturais e até planejadas. Quando as relações ocorrem de forma inesperada, por que “não deu para segurar” ou ‘foi coisa do momento’, parecem menos carregadas de culpa.
Em se trantando de jovem com demanda para anticoncepção, precisamos deixar claro que não existe anticoncepcional totalmente seguro. Trabalhar com a atenção centrada no usuário exige informações claras sobre os métodos (como usar, seus efeitos e eficácia, etc...) para facilitar uma escolha livre e informada. Aspectos como idade, saúde, possibilidade econômica, freqüência de relação sexual, sentimentos e dúvidas sobre a gravidez e eficácia do método devem ser considerados durante uma sessão de aconselhamento sobre anticoncepção. A orientação para a anticoncepção não deve deixar de enfatizar o envolvimento do parceiro na decisão e na responsabilidade da prevenção à gravidez.

Continua

Fonte: Adolescência & Psicologia – Ministério da Saúde



PARCERIA SEMPRE

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Crimes, Drogas

Abro o jornal na página policial e mais uma vez a chamada da reportagem é para um crime cometido por adolescente. Embora o assunto não seja estranho, algo incomoda mais do que o habitual. Novamente aquela insistente repetição: adolescentes drogados cometem crime. E os adolescentes não drogados que cometem crime? As estatísticas parecem servir de estofo para alimentar essa série imaginária: crimes, drogas, adolescentes e a lei. A última pesquisa a que tive acesso referia que 80% dos adolescentes privados de liberdade tinham feito uso de drogas lícitas e/ou ilícitas. Como não ficar aturdido com esses números e logo pensar que a chave dessa série seria a droga?
Circula no imaginário social a idéia de que há um laço, ou melhor dizendo, um nó, entre crime e drogas. Imaginado que índice sobre todas as instituições que lidam com adolescentes. A ponto de que qualquer modificação do comportamento corre o risco de ser interpretada como sintomática do uso. Aqui se coloca outra especificidade, que não será abordada, embora fundamental: a distinção entre uso, abuso e dependência.
Bem, que um adolescente tenha cometido um crime e depois saibamos que ele fez ou faz uso de drogas não seria o problema, se a droga não fosse tomada como causa unívoca e inequívoca da transgressão. Mas o raciocínio avança: se o adolescente que cometeu crime estava sob efeito de droga, logo todo adolescente envolvido com droga corre o risco de cometer crime. Então, resultado da equação: a droga é a culpada, quando não a autora.
No contexto das instituições que lidam com o adolescente, o objeto droga ocupa, como no imaginário social, o centro da cena e o lugar de personagem principal; assim, desloca o sujeito ao papel de coadjuvante.

Fonte: texto de Marcia Helena de Menezes Ribeiro - Psocóloga; Especialista em Psicologia Juridica; Psicanalista.

PARCERIA SEMPRE

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Filhos do Lixo

Há quem diga que dou esperança; há quem proteste que sou pessimista. Eu digo que os maiores otimistas são aqueles que, apesar do que observam, continuam apostando na vida, trabalhando, cultivando afetos e tendo projetos. Às vezes, porém, escrevo com dor. Como hoje.
Acabo de assistir a uma reportagem sobre crianças do Brasil que vivem do lixo. Digamos que são o lixo deste país, e nós permitimos ou criamos isso. Eu mesma já vi com estes olhos gente morando junto de lixões, e crianças disputando com urubus pedaços de comida estragada para matar a fome.
A reportagem era uma história de terror. – mas verdadeira, nossa, deste país. Uma jovem de menos de 20 anos trazia numa carretinha feita de madeiras velhas seus três filhos, 4, 2 e 1 ano. Chegavam ao lixão, e a maiorzinha, já treinada, saía a catar coisas úteis, sobretudo comida. Logo estavam os três comendo, e a mãe, indagada, explicou com simplicidade: “A gente tem de sobreviver, né?”.
O relato dessa quase adolescente e o de outras eram parecidos: todas com filhos pequenos, duas novamente grávidas e, como diziam, vivendo a sua sina – como sua mãe, e sua avó, antes delas. Uma chorou, dizendo que tinha estudado até a 8ª série, mas então precisou ajudar em casa e foi catar lixo, como outras mulheres da família. “Minha sina”, repetiu, e olhou a filha que amamentava. “E essa aí?”, perguntou a jornalista. “Essa aí, bom, depende, tomara que não, mas Deus é quem sabe. Se Ele quiser...”
Os diálogos foram mais ou menos assim; repito de memória, não gravei. Mas gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas e seminuas, contentes comendo lixo. Sentadas sobre o lixo. Uma cuidando do irmãozinho menor, que escalava a montanha de lixo. Criadas como suas mães, acreditando que Deus queria isso.
Quem somos, afinal? Que país somos, que gente nos tornamos, se vemos tudo isso e continuamos comendo, bebendo, trabalhando e estudando como se nem fosse conosco? Deve ser o nosso jeito de sobreviver – não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem. Pois, se nos convencermos de que isso acontece no nosso meio, no nosso país, talvez na nossa cidade, e nos sentirmos parte disso, responsáveis por isso, o que se poderia fazer?
Pelo menos, reclamar. Que pelo menos a gente saiba e, em vez de disfarçar, espalhe. Não para criar hostilidade e desordem, mas para mudar um pouquinho essa mentalidade.
Nunca mais crianças brasileiras sendo filhas do lixo, nem mães dizendo que aquela é sua sina, porque Deus quer assim.
Deus não quer assim, Nem os deuses, eles não inventaram a indiferença, a crueldade, o mal causado pelo homem. Nem mandaram desviar o olhar para não ver o menino metendo avidamente na boca restos de um bolo mofado, talvez sua única refeição do dia. E, naquele instante, a câmera captou sua irmãzinha num grande sorriso inocente atrás de um par de óculos cor-de-rosa que acabara de encontrar e assim se iluminou por um breve instante aquela imensa, trágica realidade.

Fonte: Reportagem da Revista Veja de 14/04/2010 de Lya Luft

PARCERIA SEMPRE

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O educando é o ator principal

“Os adolescentes freqüentemente têm explosões emocionais. É comum relatarem que certas ações foram resultados de terem “perdido a cabeça”. Essas explosões são seqüestros neuronais, respostas de uma “urgência” do cérebro emocional, que resultam em ações e que acontecem antes do racional ser acionado”.

Por isso, recomenda-se programas educativos para os adolescentes, usando técnicas de oficinas, com dinâmica de grupo, troca de vivencias e discussões e o psicodrama que, através da conscientização que envolve os aspectos da cognição, o racional e o emocional, facilitam uma ação protagônica. Neste protagonismo juvenil, o educando é o ator principal, participando ativamente no processo de seu desenvolvimento.

A metodologia utilizada através de dinâmicas de grupo, troca de vivências e em particular através de psicodrama, procura-se transferir a mente “para fora” do individuo e objetivá-la dentro de um universo tangível e controlável. Isto tem a finalidade de tornar o comportamento total visível, observável e mensurável. Onde o protagonista estará sendo preparado para ter um “encontro” consigo mesmo. Depois da fase de objetivação, começa a fase que consisti em ressubjetivar, reorganizar e reintegrar o que foi objetivado.

Através do psicodrama é possível que os adolescentes se apercebam em quais redes sociométricas estão inseridos. Isto é possível pelo entrelaçamento dos vínculos que constituem a rede de relação de um individuo e ocorre através de um conjunto de processos perceptivos que permitem uma valorização do mundo circundante. Tomar consciência de quais pessoas a quem se vinculam para determinados objetivos (o porquê e quais são as pessoas que escolhem para conversar sobre sexo, para sair, quem lhe dá continência para uso ou não de dorgas,etc.) é passo fundamental para que percebam de que forma fazem as escolhas e quais as pressões envolvidas.

Continua

Fonte: Adolescência e Saúde III – Comissão de Saúde do Adolescente – SES
Texto de Eliza Y.K.Silva, Virginia M.O.Quaresma, Reginaldo G.C.Lopes e Umberto G. Lippi.

PARCERIA SEMPRE

domingo, 10 de outubro de 2010

Etapas da Adolescência

A adolescência é uma extraordinária etapa na vida de todas as pessoas. É nela que a pessoa descobre a sua identidade e define a sua personalidade. Nesse processo, manifesta-se uma crise, na qual se reformulam os valores adquiridos na infância e se assimilam numa nova estrutura mais madura.

A adolescência é uma época de imaturidade em busca de maturidade. Mas… como é difícil para os pais este novo período na educação dos filhos! No adolescente, nada é estável nem definitivo, porque se encontra numa época de transição.
Vejamos, pois, em que consiste a adolescência e o que é a maturidade; quais são as mudanças que os adolescentes costumam sofrer, bem como as fases pelas quais vão passando, para podermos ter atitudes positivas que favoreçam a superação dessa crise.
O caminho básico que os pais devem seguir é o da compreensão, com o devido respeito e carinho que merece cada um dos adolescentes.
A adolescência é este período no qual uma criança se transforma em adulto. Não se trata apenas de uma mudança na altura e no peso, nas capacidades mentais e na força física, mas, também, de uma grande mudança na forma de ser, de uma evolução da personalidade.

ALTERAÇÕES QUE SUCEDEM NAS DIFERENTES ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA

a) A puberdade ou adolescência inicial (11 a 14 anos)

- Nasce a intimidade (o despertar do próprio “eu”).
- Crise de crescimento físico, psíquico e maturação sexual.
- Não há ainda consciência daquilo que se está a passar.
- Conhece pela primeira vez as suas limitações e fraquezas, e sente-se indefeso perante elas.
- Desequilíbrio nas emoções, que se reflecte na sensibilidade exagerada e na irritabilidade de carácter.
- “Não sintoniza” com o mundo dos adultos.
- Refugia-se no isolamento ou no grupo de companheiros de estudo, ou integra-se num grupo de amigos.

Ajudas positivas:

- Conhecer bem cada adolescente, os seus pontos fortes, as suas fraquezas, amizades, etc.
- Revelar-lhe como é, o que lhe está a suceder e que sentido têm as mudanças que está a sofrer.
- Que conheça as suas limitações e as suas possibilidade.
- Ajudá-lo a esclarecer o que é a autêntica liberdade, distinguindo-a da libertinagem.
- Que desenvolva a virtude da fortaleza, para que possa fazer por si mesmo esforços pessoais.
- Fomentar a flexibilidade nas relações sociais.
- Sugerir actividades que lhe permitam estar ocupado.
- Que reflicta nas influências negativas do ambiente, especialmente nas que derivam da manipulação publicitária e nas que motivam condutas sexuais desordenadas.

B) A adolescência média (13 a 17 anos)

- Do despertar do “eu” passa-se à descoberta consciente do “eu”, ou da própria intimidade. A introversão tem agora lugar, pois o adolescente médio precisa de viver dentro de si mesmo.
- Aparece a necessidade de amar. Costumam ter imensas amizades. Surge o “primeiro amor”.
- A timidez é característica desta fase. Medo da opinião alheia, motivado pela desconfiança em si mesmo e nos outros.
- Conflito interior ou da personalidade.
- Comportamentos negativos, de inconformismo e agressividade para com os outros. Causados pela frustração de não poderem valer-se por si mesmos.

Ajudas positivas:

- Guiá-los para que adaptem as suas condutas às aspirações mais nobres e íntimas que descubram dentro de si.
- Que saibam desmascarar as manipulações publicitárias e as do meio ambiente, especialmente as do consumismo e tudo aquilo que não lhes permita meterem-se dentro de si mesmos e reflectir.
- Que aprendam a procurar o silêncio, para que, sem medo, possam conhecer-se a si mesmos – a pensar e a reflectir – e descobrir as suas mais profundas aspirações e fazer propósitos com decisão.
- Colaborar com eles para que descubram o valor e o respeito pela intimidade.
- Que se esforcem por pensar e reflectir com rigor, evitando a superficialidade.
- A paciência e o amor, unidos a uma suave firmeza, são os recursos para libertar o jovem da esfera das suas impertinências.
- Evitar os enfrentamentos violentos. Permitir-lhe que se acalme perante as suas reacções violentas.
- Manter a serenidade a todo o custo, para poder dialogar com ele.

C) A adolescência superior (16 a 22 anos)

- Começa a compreender-se e a encontrar-se a si mesmo e sente melhor a integração no mundo onde vive.
- Apresenta um significativo progresso na superação da timidez.
- É mais sereno na sua conduta. Mostra-se menos vulnerável às dificuldades.
- Tem maior autodomínio.
- É a época de tomar decisões: futuro, estudos…
- Começa a projectar a sua vida.
- Estabelece relações mais pessoais e profundas.

Ajudas positivas:

- Que aprendam a escutar e a compreender os que pensam de forma diferente da deles ou do seu pequeno grupo, mas que não abdiquem das suas ideias ou princípios.
- Que reflictam constantemente sobre os pontos de vista que são contrários aos seus, sabendo interpretá-los adequadamente.
- Que saibam suportar as contrariedades que qualquer responsabilidade implica, seja própria ou perante os outros.
- “Querer é poder”. Que se convençam de que não é possível conseguir mais se não nos propomos seriamente a isso.

Tópicos para lidar com um adolescente:

- Mostra-lhe sincera amizade.
- Estabelece uma comunicação baseada no respeito, na confiança e na oportunidade.
- Tem sempre muita compreensão.
- Aprende a escutá-los.
- Não te canses de os animar.
- Exige suavemente, mas com firmeza.
- Compartilha dos seus projectos.
- Mede bem aquilo que lhe vais exigir.
- Mantém-te firme nas decisões que se tiverem tomado.
- Cede nas coisas de pouca importância.

(Francisco Cardona Lira – Catholic Net)
Sueli Mello

PARCERIA SEMPRE

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Condução de Grupos

Existem vários níveis de condução de grupos. Podemos ter como objetivo passar informações ou coletar dados ou outras atividades que não haja a necessidade do desenvolvimento do vinculo. Nesse caso, não há um projeto ou objetivo comum a ser atingido, não importando a atitude mental do operador. Porém, se como objetivo a mudança de comportamento de risco para proteção, torna-se necessária uma operação psicológica que exige uma formação mínima sobre a fenomenologia dos processos grupais.
Essa formação pode ocorrer basicamente em dois níveis. Um deles é o da monitoração, na qual o condutor do grupo se posiciona apenas como seu “guardião”, mantendo o enquadre, explicitando a função do grupo, mantendo seus integrantes centrados na temática e distribuindo a palavra entre todos.
Outro nível, o de coordenação de grupos, exige familiaridade com os processos inconscientes que permeiam um grupo, a fim de poder levantar hipóteses sobre a natureza dos obstáculos que estão impedindo a concretização dos objetivos comuns.

No Programa de Saúde do Adolescente que integram a Rede Estadual , existem alguns tipos de grupos, que podemos usar em nossos serviços com adolescentes:

1 – Grupos Heterogêneos em relação aos integrantes e temática semi-estruturada:

Grupos de sala de espera
Grupos novos
Grupos de retorno
Grupos de acompanhamento
Grupos de acompanhantes
Grupos de desligamento
Grupos de pais ou familiares
Grupos terapêuticos
Grupos informativos
Entre outros.

2 – Grupos Homogêneos, em relação aos integrantes e com temática especifica:

Grupos de adolescentes grávidas
Grupos de mães adolescentes
Grupos de aleitamento
Grupos de TPM
Grupos de meninos
Entre outros

Continua

Fonte: Adolescência e Saúde III - Comissão de Saúde do Adolescente - SES

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Como conduzir um grupo

A experiência em coordenar, observar, supervisionar e instrumentalizar profissionais no manejo de grupos nos permite afirmar que a grande maioria dessas atividades grupais são positivas no sentido da proteção à saúde do adolescente, independente da categoria profissional do técnico que as conduz ou de sua habilitação formal em coordenação de grupos operativos.

Médicos, enfermeiras, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e assistentes sociais, entre outras, podem desenvolver atividades grupais desde que tenham uma postura mental aberta e estejam verdadeiramente familiarizados com os valores que desejam desenvolver entre os adolescentes. Por exemplo: seria impossível a um profissional que lida com adolescentes desenvolver o “respeito” se este não estiver visceralmente presente na relação. Quando ocorre o fenômeno da “impostura” – por exemplo, quando falamos do respeito de uma forma desrespeitosa, o grupo não chega a se constituir, permanecendo apenas um agrupamento de pessoas. Não se criam vínculos, a comunicação fica ruidosa e a tarefa não presentifica-se.

Nesse sentido, podemos afirmar que a qualidade de um grupo não depende somente da habilitação do monitor ou coordenador, mas de sua disponibilidade interna de também se questionar e rever questões de seu mundo interno. Todas as vezes que observamos ou supervisionamos profissionais conduzindo grupos numa atitude mental aberta houve transformações em grupo, com vínculos, tarefa e projetos comuns.

Quando o profissional tem uma atitude psicológica fechada e permanece num agrupamento, tal agrupamento desfaz-se, perdendo-se assim uma excelente oportunidade de contribuir e ser contribuído, numa mutua sensação de rebaixamento da auto-estima.

Fonte: Adolescência e Saúde III - Comissão de Saúde do Adolescente - SES

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Atividades Grupais

As atividades grupais são utilizadas por diversos motivos, mas o fundamental é que somente no âmbito do coletivo é que podemos desenvolver a PREVENÇÃO PRIMORDIAL, que tem como metas o desenvolvimento da auto-estima, do juízo crítico, do plano de vida, da criatividade e de estilos de vida saudáveis, não apenas como conquista individual, mas como um “bem comum”.
Outra importância para utilização de grupos com adolescentes é a de vivenciarem experiências simples, mas que para muitos desses jovens são inaugurais e inusitadas em relação as que tem em seus cotidianos familiares, escolares e comunitários. Nessas experiências simples, muitas vezes experimentam pela primeira vez na vida atenção, respeito, competência, responsabilidade, negociação ou importância da comunicação e da própria importância, na medida em que podem falar e serem ouvidos, ouvirem e contribuir com o outro “uma experiência emocional corretiva” (Franz Alexander), a partir das quais outros conteúdos emocionais podem se-re-arranjar e desenvolver a resiliência.
As atividades grupais sempre foram estimuladas pelo Programa de Saúde do Adolescente, da Secretaria de Estado da Saúde, coordenado desde sua implantação em 1987 pela Dra Albertina Duarte Takiuti.
Atividades dessa ordem devem ser introduzidas nos ambulatórios, casas dos adolescentes, comunidades e em treinamentos de profissionais que atuam com adolescentes.
Continua...


Fonte: Livro Adolescência e Saúde III – Comissão de Saúde do Adolescente - SES

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Difícil Opção Profissional

Ainda no colegial, os adolescentes começam a enfrentar uma barra, que é a decisão de que faculdade fazer, e se perguntam: Qual é a minha vocação? Quais as opções profissionais que tenho? Para as famílias estruturadas, de diálogo aberto, as escolhas são estudadas em conjunto. Não as afetivas, pois delas os pais têm pouca possibilidade de participação. Refiro-me à decisão quanto ao futuro profissional, que faz parte da convivência diária.
Em geral, nessas famílias bem organizadas, os filhos já crescem mais bem orientados, e os pais acabam aceitando tranquilamente as decisões deles.
Quando os pais não complicam, dificilmente os filhos fazem escolhas atrapalhadas.
Já nas famílias menos estruturadas e com menor renda, as escolhas são mais difícieis, pois a necessidade de trabalhar e a falta de dinheiro dificultam até a escolha, quando isso é possível.
Os pais muitas vezes acreditam que fazer uma faculdade é desnecessário, "é bobagem", assim desestimulando os filhos, que já não tem muita vontade de faze-la pro que na verdade querem  ingenuamente, os bens materias que imaginam conseguir de forma mais fácil, que não estudando.

Fonte: Livro - Conversas com Içami Tiba

PARCERIA SEMPRE
Por Cristina Constâncio

domingo, 3 de outubro de 2010

O Menino Adolescente e seu Corpo

O impacto do menino na família é diferente da menina. Ela é cultura cor-de-rosa, ele, cultura azul. Isso passa nas coisas mais sutis. O código de comprtamento do menino está definido desde o momento em que ele nasce. Menino pode algumas coisas, menina não pode. Não estamos dizendo que isto é certo ou errado, só que existe.
Se o menino abaixar a calça e fizer xixi longe, isso é reforçado, todo mundo vai achar uma gracinha. Se a menina abaixar a calcinha, vai ser considerada uma sem-vergonha.
Esta cultura já é uma herança que ele vai ter quando entrar na puberdade, na adolescência, e que vai repetir.
Assim que ele entar na puberdade, vai perder a identidade quando perder o corpo, que vinha crescendo num ritmo.
O que dá identidade para qualquer coisa é o seu próprio limite. Quando alguma coisa perde o limite, perde a identidade. Esta quebra da identidade que não só acontece ao nível do corpo, mas também no das relações familiares com os pais, (da sociabilidade), entra em outro nível; a escola que tinha determinado comportamento já vai mudando isso.
Nesta fase (por volta dos doze anos), sob o enfoque psicológico, ele vive um momento muito forte de isolamento com o sexo oposto. Rompe genericamente com as mulheres como uma defesa por ter sua própria mãe. Há uma revivência do Édipo. Tem  os guetos dos meninos. Isso obviamente tem perdido muito do vigor. Antigamente era mais forte. Hoje está abrandando um pouco: as escolas mistas, a mídia, tudo está quebrando um pouco essa separação homem-mulher. Eles não tem mais tanto medo de usar cabelo comprido e brinco.

Fonte: Livro - "Ai, Como Eu Sofri Por Te Amar - Dra Albertina Duarte

PARCERIA SEMPRE

Por Cristina Constâncio

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Mulher Adolescente

As indagações "quem sou eu?" e "o que está acontencendo comigo?" são comuns a homens e mulheres adolescentes. As respostas sociais, no entanto, são diferentes para o adolescente homem e para a adolescente mulher. O que os diferencia enquanto gênero é a universalidade da discriminação a que mulher adolescente está submetida.
Atualmente, quais os fatores que serviriam para marcar a passagem da adolescente para o mundo adulto?
A menstruação, talvez? Ou a primeira relação sexual? Abandonar a escola e assumir as tarefas da casa tem sido uma realidade para muitas. Para outras, esta realidade é ter coisas como a chave de casa, viajar sozinha, passar no vestibular, ingressar no mercado de trabalho ou formar-se. Ou mesmo, quem sabe, é casar, ter filhos ou assumir a chefia da familia? E a menina de rua? Como é feito seu trânsito entre a infância e a vida de adulta? É dificil responder. Do ponto de vista social, esses fatores não só são diluídos como se diferenciam de acordo com a classe social da adolescente e das vivências possíveis dentro de cada segmento de classe.
A adolescente vai se descobrindo mulher através dos olhos dos outros.
Na rua, ouve galanteios dos homens, percebe os olhares de admiração e interesse. Em casa, a forma de tratamento vai mudando. Torna-se objeto de preocupação e vigilância para a familia. Passa horas em frente ao espelho, tentando descobrir um toque pessoal. Arruma e desarruma os cabelos, pinta-se, às vezes até exageradamente, procurando encontrar sua nova identidade, ser mulher.

Fonte: Livro Ai, como eu sofri por te amar - Gravidez na Adolescênciade de Albertina Duarte.

PARCERIA SEMPRE
Por Cristina Constâncio